domingo, 23 de janeiro de 2011

V de Vingança

Não é de hoje que venho pensando no ser humano e a capacidade de se vingar, pagar na mesma moeda, dar o troco, ou sei lá eu quantas expressões existem para dizer a mesma coisa, desta forma, ficarei apenas com as que eu citei.
Desde que aprendi o significado da palavra empatia, procuro usá-la em todas as ocasiões, às vezes é extremamente difícil, o momento não contribui, entre outras coisas.
Ultimamente, tenho me deparado muito com pessoas vingativas, sinceramente, às vezes fico até com vontade de não mais existir, devido ao tanto que sinto com tudo isso.
As pessoas estão muito voltadas para os seus mundinhos, pensar no outro, quase não existe mais. Se eu fosse contar todas as situações que percebi quando alguém se vingava de mim, acho que faltariam caracteres, faltariam dedos para digitar e talvez eu ficasse uns 2 meses sem dormir ou se levantar da cadeira para qualquer coisa, sem exagerar.
Talvez essa história de vingança veio da educação que se recebe em casa, hmm... acho que não, pois eu e minha irmã recebemos a mesma educação e ela é uma exímia vingativa, talvez seja a visão de mundo que cada um tem, poderia propor várias opções para o prazer de vingança do ser humano, mas hoje não, quem sabe um outro dia?
Tenho vontade de contar todas as situações que fui vítima de vingança, mas é melhor não, vai que os vingativos apareçam por aqui e decidam se vingar ainda mais?
Enfim, tudo isso tem me deixado triste, a vingança sempre vem de quem você menos espera, portanto fique atento leitor, a próxima vítima pode ser você.


Ouvindo: http://www.youtube.com/watch?v=6TUWsBWyOZA&feature=related

sábado, 1 de janeiro de 2011

Educação


Sempre pensei na infância com muitas saudades, ainda mais quando paro pra pensar na infância dos dias atuais, percebo o quanto eu era criança, o quanto eu era inocente, fatores que não estão presentes na infância moderna.
Lembro que nunca tive muito, mas o pouco que tive era o suficiente pra ser feliz, meu pai tomava conta de um terreno baldio ao lado da minha casa, lá ele criava, galinhas, ganços, patos, fora as plantações, o pé de abacate, a goiabeira, o pézinho de limão e o delicioso pé de amora, ai que saudade das minhas mãos e os lábios roxos de tanto comer amora do pé!
Como já disse, não tinha muito, minha infância não foi privilegiada com brinquedos, computadores, vídeo-games, celulares, ipods e todos estes apetrechos modernos que nos deparamos hoje, enfim, os brinquedos eram inventados por nós.
Cresci com minhas primas, eu era a mais nova, brincávamos no terreno baldio, meu pai construiu um balanço e nós balançávamos as 3, quando o balaço alcançava o alto, eu me sentia livre, aquele friozinho prazeiroso na barriga, acompanhado de medo e adrenalina, e eu gritava "mais forte!" "mais alto!" E foi numa dessas que eu levei um baita tombo, caí em cima de um monte de cerâmica que me deixou uma cicatriz na barriga até hoje! Relembrando os bons momentos, quando não estávamos no balanço, fazíamos bolinhos de barro, comidinhas de matinhos, pulávamos corda, elástico, brincávamos de estátua, corre-corre, pique-esconde, contávamos histórias, piadas e mais um monte de coisa.
Hoje vejo meu sobrinho crescer e sinto pena, pena porque a infância dele é totalmente diferente, fica preso dentro de casa, não brinca com terra, é fissurado no tal de PS2, tem celular e sabe de cór todos esses desenhos da TV. Fico triste ao notar o quanto se tem hoje e mesmo assim não se é feliz, quanto mais tem, mais se quer, e com ele não é diferente, sempre que sai um brinquedo novo, "Mãe eu quero!" "Vovó compra pra mim?" "Titia eu quero aquele carrinho de controle remoto do Ben 10!" E a gente o que faz? Cede!
Atendemos todas as vontades do menino, é impressionante o poder que ele tem sobre nós, talvez seja por ser o único neto, o único sobrinho, o único filho. Acontece que nessa história de atender às vontades das crianças acabamos por estragá-las. É isso o que vem acontecendo com o meu sobrinho, tem apenas sete anos e é tão respondão, tão malcriado, tão mal educado, que chega é triste.
Deveria ser ao contrário, por se ter tudo o que se deseja as crianças poderiam ser mais educadas, mas não posso culpá-las por isso e sim os pais que estão cada vez mais ausentes e sem tempo acabam por satisfazer todos os desejos dos pequenos para aliviar um pouco suas culpas.
Eu sempre quis ter um sobrinho, quando soube da gravidez da minha irmã, fiquei mais feliz do que a própria, conversava com o bebê enquanto este ainda estava na barriga e quando nasceu era um grude só!
Sempre tratei meu sobrinho muito bem, sou uma tia coruja, sou eu assumo, dou tudo o que ele quer, desde que esteja ao meu alcance, minha irmã mora longe, quase não tenho contato com eles, quando ela vem pra cá é uma festa danada, uma saudade só, mas de uns tempos pra cá, fico triste toda vez que encontro meu sobrinho, vejo o quanto minha irmã tem errado em sua educação, o quanto ele está malcriado, respondão, o quanto ele diz coisas feias, coisas que na idade dele eu nem sabia que existiam, toda vez que eu tento conversar, dizer o que penso a respeito, dizer o que poderia modificar, ouço sempre a mesma coisa "quem é você pra opinar alguma coisa pirralha, olha a sua idade, você não tem experiência de nada!" Diante de tudo isso tenho me calado, não deveria, mas acontece que eu não sou a mãe, não foi eu quem o carregou os 9 meses na barriga, então quem sou eu pra dizer como educar?
Só sei que é triste, vejo meu sobrinho crescendo assim, tenho a impressão de que ele se tornará um adulto amargo, tomara que eu esteja errada, mas se continuar assim boa pessoa ele não será.
Queria que ele pudesse aproveitar o quanto eu aproveitei, gozar das mesmas coisas, mexer na terra, correr com as outras crianças, crescer fora desta era tão globalizada que fazem as crianças escravas do computador, da TV, do vídeo-game, do celular etc.

Infelizmente, nem tudo é como a gente deseja.


Ouvindo "The Man who sold the world - Bowie"

terça-feira, 8 de junho de 2010

A espera de um milagre

Ela continuava sentada no quintal com os braços envoltos aos joelhos, a cabeça abaixada como quem enxergasse alguma coisa no chão, ao invés de enxergar, os olhos buscavam por respostas, respostas que ela teimava em encontrar ali mesmo sabendo que não as encontraria.
"Entra menina, vem almoçar!" A mãe a chamou, mas ela continuava ali imóvel, depois de um tempo, a mãe tornou a berrar.
"A comida está na panela, vou sair, preciso entregar as roupas para o Seu Tomás, cuide do seu irmão!"
A mãe lavava e passava roupa para fora, era o sustento da família desde que o pai os abandonara, moravam os três naquele quarto e cozinha apertado, o que salvara era o quintal, enorme, com o tanque da mãe no fundo, uma mangueira, e uma hortinha que mais parecia um monte de mato junto.
A menina beirava seus quinze anos, e ultimamente tinha pensado muito em uma única coisa, a tão sonhada festa, aquelas com baile de debutantes, vestido, príncipe e tudo o que se tem direito quando se faz quinze anos, mas para ela, tudo não passara de um sonho bem distante.
Eram muito pobres, a mãe ganhava uma miséria, às vezes mal tinham o que comer, as roupas que ela usava eram doações das filhas das patroas da mãe, não se lembrava se um dia tivera algo novo, quando criança, cansou de deixar os sapatinhos na janela esperando que o Papai Noel pudesse surgir e deixar uma boneca ou um vestido.
Agora já era "grande", quando tomava banho olhava as transformações do corpo no pedaço de espelho grudado na parede, o seio crescendo, a cintura afinurando, sim estava se tornando uma mulher.
Na escola não falava com ninguém, havia apenas uma menina em condições semelhantes as dela, era melhor não ajuntar a pobreza, as outras meninas não eram ricas, mas tinham pai e mãe que trabalhavam, andavam bonitas, bem vestidas contavam vantagens.
Uma vez ouviu uma garota da sala dizer que daria uma festa para comemorar seus quinze anos, chamou as amigas para ser debutantes, e ela ali escutando tudo, morrendo de vontade, esperando o seu convite, mas logo voltou à realidade, não poderia ser convidada, não falava com a aniversariante, não tinha roupa para ir, e na escola não se falava em outro assunto a não ser a festa da tal garota.
No dia seguinte, mais comentários, todos a parabenizavam pela festa maravilhosa, inclusive alguns professores que ela fez questão de convidar.
A menina ficou ali, sentada no canto da sala, com aquela pontinha de inveja, desejando ser a "colega" de classe, desejando não ser tão pobre, desejando ter amigos, por um momento sentiu ódio de si mesma, por sonhar com o que nunca poderia ter.
E agora ali no quintal sentada, perto de completar quinze anos, relembrava tudo, sentiu ódio do pai por os ter abandonado, ódio da mãe por não ter ido atrás dele e permitir que vivessem em extrema pobreza, ódio do irmãozinho por viver feliz, não enxergar as coisas da mesma forma que ela.
Uma lágrima caiu no chão barrento, a cabeça continuava abaixada, os pensamentos eram os mesmos, mudar, mudar, mudar, esperava por um milagre, sonhava que o pai voltasse e dissesse que as coisas iriam melhorar que ela nunca mais usaria roupas usadas e teria a sua tão sonhada festa de quinze anos.
A noite chegou sem que ela percebesse, continuava ali no quintal esperando o milagre, o irmãozinho brincava com um caminhãozinho na soleira da porta, a mãe chegou e percebeu que tudo se encontrara da mesma forma que deixou antes de sair, cansada foi até o quintal encontrou a filha na mesma posição, beijou a menina e disse "Entra, já é tarde, vá tomar banho que amanhã tem aula!"
A menina obedeceu, a mãe esquentou a sobra do almoço para o pequeno, ele comeu e dormiu, a menina não quis comer, saiu do banho e deitou-se, a mãe deitou-se logo em seguida, e como de costume chorou baixinho até pegar no sono, assim como a filha ela também esperava por um milagre, esperava pelo dia em que pudesse dar uma vida melhor aos seus filhos.
Ahhhh, se a menina soubesse...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Cotidiano

Fazia tempo que ele não se sentia assim, fazia tempo que não se deparava com a tristeza, talvez estivesse sobrecarregado demais, o trabalho, a família, os estudos, talvez tivessem lhe roubado a tristeza.
Ele estava bem, mergulhado numa correria desgastante não tinha tempo para lembrar que era triste.
Sentado no ônibus voltando pra casa, preso no trânsito de São Paulo, lembrou de si, lembrou que fazia tempos que não parava pra refletir, era como se tivessem escondido todas as coisas ruins que havia em seu peito, mas naquele momento estavam devolvendo, e ele foi lembrando de tudo.
O vazio foi tomando conta e apertando o peito, desatou a gravata e abriu dois botões da camisa talvez conseguisse respirar melhor, não conseguiu, o ônibus não andava, observou as pessoas ao seu redor, uma mocinha lia, um rapaz falava ao celular com a namorada, um jovem ouvia música e assim sucessivamente, e ele ali, preso, com medo de relembrar sua vida triste, pediu licença e desceu do ônibus.
Estava chovendo, talvez a água da chuva limpasse sua alma triste, foi andando, não tinha pressa, respirava melhor, mas o peito ainda doia, não entendia o motivo daquela dor, estaria enfartando?!
Não, estava bem, só que a dor o incomodava, caminhou, lembrou da mulher e do filho em casa, não sabia porque tinha casado, não sabia porque tinha constituído família, de uns tempos pra cá, tudo tinha perdido o sentido, ele não achava graça, não tinha prazer, fazia tudo por fazer ou se o leitor preferir para manter o social.
Mesmo não desejando, sabia que precisava manter sua rotina, mas era horrível fazer tudo sem vontade, levantar cedo todos os dias olhar para cara do chefe insuportável, depois vinham os estudos estava totalmente sem cabeça para trabalhar em tal projeto, mas se esforçava sabia quais eram suas obrigações e precisava cumprí-las o pior era voltar pra casa, encontrar a mulher lá toda carinhosa e o filho que insistia em pedir pra jogar futebol, mas ele não aguentava, não tinha ânimo, as vezes lhe faltava vontade de comer, simplesmente chegava em casa tomava um banho e caia na cama, afinal era preciso descansar, no dia seguinte tudo se repetiria e ele precisava se preparar.
A mulher achara que o problema fosse ela, comprou camisola nova, pediu conselho para as amigas chegou mesmo até recorrer as forças ocultas do candomblé, mas tentativas inúteis, ele continuava do mesmo jeito, sem ânimo, sem vida, não aguentando mais tamanho descaso, resolveu se separar, ele nem sentiu muito, ela ficou no apartamento, ele depositava todo o mês uma quantia simbólica, mas não fazia questão de ver o filho.
Depois de um certo tempo, pediu demissão, todo o dinheiro que recebeu, depositou na conta da mulher, se fechou no apartamento e ficou ali sozinho, não atendia o telefone, não abria a janela, não saia para nada.
A barba foi crescendo, a comida acabara, precisa sair, mas não tinha ânimo, não tinha fome, deitou na cama e dormiu o sono eterno.

Lidando com cheiros

É imprecionante a capacidade humana em memorizar certos aspectos, memorizamos, guardamos no nosso HD e a informação fica ali retida e no momento certo ela ressurge como o sol de todas as manhãs.
Não tinha parado pra pensar nisso, até que me deparei com situações em que minha memória relembrou coisas que eu tinha guardado, mas nem lembrava que existiam, vou ser mais específico, é como um baú que se guarda tantas coisas, e um dia do nada você resolve fuçar e se depara com diversas coisas que você nem lembrava, por exemplo, o album de fotos da família, um ursinho, um cobertor, um boneco do he man, dentre outras coisas que me falham a memória, ou deixo a imaginação do leitor, afinal o baú é seu, e nele você guarda o que quiser.
Ultimamente minha mémória está alerta aos cheiros, esquisito não?! Mas é verdade, encontro pessoas, sinto seus cheiros e automaticamente ressurge na memória um conhecido com cheiro semelhante. Coisa de doido?! Ser for, considero-me insano!
Lembro da primeira vez que minha memória detectou os cheiros, rapidamente me veio à memória tal pessoa, fiquei pensando, o motivo para aquilo, e cheguei à conclusão de que só armazenava o cheiro devido à importância que tal pessoa tinha na minha vida, afinal se passaram várias pessoas pela minha vida e eu só conseguia lembrar o cheiro de duas, a primeira nem foi tão importante assim, mas a segunda me marcou de certa forma, que mesmo quando não sentia cheiro nenhum, fechava os olhos respirava fundo e sentia seu aroma, eu sentia, porque queria, porque desejava, às vezes me fazia um bem inexplicável, outras, um mal horrendo, uma solidão repleta de saudades.
E depois de tanto tempo, eu ainda sinto o cheiro, o perfume eu sei que não é mais o mesmo, afinal as pessoas amadurecem e mudam seus perfumes, mas eu, eu ainda sinto, e junto com o aroma recordo momentos marcantes da nossa fase juvenil.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O poder do salzinho

Levantou com uma vontade esquisita de mudar tudo, mas antes de sair por aí mudando, resolveu começar por si.
Ligou o rádio, desta vez numa música diferente, ao invés do techno de todos os dias, começou com Seeds of Love do Tears for Fears, jogou o pijama, foi até o banheiro, olhou-se no espelho, "que cabelo" a tesoura sobre a pia, não pensou muito. Cortou-os pouco acima dos ombros.
Tomou banho, e na hora de se vestir, o guarda-roupa não era um dos melhores, como estava calor, pegou um jeans e fez de bermuda, coloriu a camiseta branca, acrescentou retalhos, fita de cetim e botões, o sapato "hmm, vai o vermelhinho", pegou a bolsa, passou novamente pelo banheiro, olhou-se no espelho, os olhos estavam diferentes, radiantes, abriu a portinha do espelho, pegou um vidrinho e saiu.
Ia passando direto, mas foi surpreendida "Não vai tomar café?" Beijou a mãe como nunca tinha beijado, pegou uma maçã e saiu!
A pobre senhora ficou sem entender, mas gostou do gesto carinhoso.
Começou a pensar na vida em sociedade, era um tanto quanto complicada, era preciso muita cautela ao agir, pois uma palavra fere com a mesma intensidade que uma bala de revólver.
De repente algo lhe chamou atenção, um motoqueiro discutindo com um motorista, sentiu que precisava fazer alguma coisa, abriu a bolsa, tirou o vidrinho que pegou do banheiro de casa, abriu, tirou um pouquinho do salzinho, passou entre os homens, jogou o salzinho sobre eles, os dois ficaram assustados, ela disse "para que vocês tenham um ótimo dia e pelo menos por hoje não deixem que nada estrague isso!" e saiu andando, olhou para trás desfarçadamente, os homens se desculpavam, o salzinho havia funcionado.
No caminho deparou com uma moça triste, jogou o salzinho próximo ao coração "para que alegria retorne ao seu coração" a moça sorriu e logo correu como se precisasse fazer alguma coisa.
Continou andando, se deparou com um casal aos berros, ficou espiando através da janela sem ser percebida jogou o salzinho "para que vocês sejam mais tolerantes" logo o marido pediu desculpas e abraçou a esposa.
Mais uma ação que deu certo e o dia inteiro foi assim, distribuindo salzinho pelos lugares, estava tão centrada em ações positivas que esqueceu de suas necessidades pessoais, não sentiu fome, não sentiu sede, agora o cansaço tomava conta do corpo, havia andado muito.
Sentou em uma calçada, o pote do salzinho estava vazio, ficou ali olhando, satisfeita, mas ainda faltava alguma coisa, não sabia o que era.
Sentiu um braço envolver seu pescoço, um abraço carinhoso e sussurros no ouvido "agora eu cuido de você!"

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Cansaço

Sabe aquele cansaço que persiste em permanecer?
Eu queria removê-lo, mas é impossível.
Tem dias que eu quase nem o sinto,
mas tem dias que ele me toma por inteiro
se apossa do meu corpo,
domina minha mente,
e eu me sinto tão fraco,
tão fraco que chega dar pena.

Sabe aquela solidão no meio de uma multidão?
Eu queria não senti-la, mas é impossível.
Tem dias que eu nem a percebo,
Mas tem dias que ela se faz tão presente
Que me perturba o sono,
Que me faz inquieto,
Que me alucina,
Que disperta o desejo de me isolar.

O que eu faço de mim,
se todos os dias tudo parece estar pior
se eu sinto saudades daquilo que eu não tive,
se não encontro saída para minhas aflições?

O que eu sei, é que vivo assim faz tempo
e preciso deixar esta condição antes que enlouqueça.
E eu sei que estou só!