Não é de hoje que venho pensando no ser humano e a capacidade de se vingar, pagar na mesma moeda, dar o troco, ou sei lá eu quantas expressões existem para dizer a mesma coisa, desta forma, ficarei apenas com as que eu citei.
Desde que aprendi o significado da palavra empatia, procuro usá-la em todas as ocasiões, às vezes é extremamente difícil, o momento não contribui, entre outras coisas.
Ultimamente, tenho me deparado muito com pessoas vingativas, sinceramente, às vezes fico até com vontade de não mais existir, devido ao tanto que sinto com tudo isso.
As pessoas estão muito voltadas para os seus mundinhos, pensar no outro, quase não existe mais. Se eu fosse contar todas as situações que percebi quando alguém se vingava de mim, acho que faltariam caracteres, faltariam dedos para digitar e talvez eu ficasse uns 2 meses sem dormir ou se levantar da cadeira para qualquer coisa, sem exagerar.
Talvez essa história de vingança veio da educação que se recebe em casa, hmm... acho que não, pois eu e minha irmã recebemos a mesma educação e ela é uma exímia vingativa, talvez seja a visão de mundo que cada um tem, poderia propor várias opções para o prazer de vingança do ser humano, mas hoje não, quem sabe um outro dia?
Tenho vontade de contar todas as situações que fui vítima de vingança, mas é melhor não, vai que os vingativos apareçam por aqui e decidam se vingar ainda mais?
Enfim, tudo isso tem me deixado triste, a vingança sempre vem de quem você menos espera, portanto fique atento leitor, a próxima vítima pode ser você.
Ouvindo: http://www.youtube.com/watch?v=6TUWsBWyOZA&feature=related
"Palavras foram feitas pra serem ditas e não para enfeitarem como um colar de ouro falso." Antônio Carlos Viana
domingo, 23 de janeiro de 2011
sábado, 1 de janeiro de 2011
Educação

Sempre pensei na infância com muitas saudades, ainda mais quando paro pra pensar na infância dos dias atuais, percebo o quanto eu era criança, o quanto eu era inocente, fatores que não estão presentes na infância moderna.
Lembro que nunca tive muito, mas o pouco que tive era o suficiente pra ser feliz, meu pai tomava conta de um terreno baldio ao lado da minha casa, lá ele criava, galinhas, ganços, patos, fora as plantações, o pé de abacate, a goiabeira, o pézinho de limão e o delicioso pé de amora, ai que saudade das minhas mãos e os lábios roxos de tanto comer amora do pé!
Como já disse, não tinha muito, minha infância não foi privilegiada com brinquedos, computadores, vídeo-games, celulares, ipods e todos estes apetrechos modernos que nos deparamos hoje, enfim, os brinquedos eram inventados por nós.
Cresci com minhas primas, eu era a mais nova, brincávamos no terreno baldio, meu pai construiu um balanço e nós balançávamos as 3, quando o balaço alcançava o alto, eu me sentia livre, aquele friozinho prazeiroso na barriga, acompanhado de medo e adrenalina, e eu gritava "mais forte!" "mais alto!" E foi numa dessas que eu levei um baita tombo, caí em cima de um monte de cerâmica que me deixou uma cicatriz na barriga até hoje! Relembrando os bons momentos, quando não estávamos no balanço, fazíamos bolinhos de barro, comidinhas de matinhos, pulávamos corda, elástico, brincávamos de estátua, corre-corre, pique-esconde, contávamos histórias, piadas e mais um monte de coisa.
Hoje vejo meu sobrinho crescer e sinto pena, pena porque a infância dele é totalmente diferente, fica preso dentro de casa, não brinca com terra, é fissurado no tal de PS2, tem celular e sabe de cór todos esses desenhos da TV. Fico triste ao notar o quanto se tem hoje e mesmo assim não se é feliz, quanto mais tem, mais se quer, e com ele não é diferente, sempre que sai um brinquedo novo, "Mãe eu quero!" "Vovó compra pra mim?" "Titia eu quero aquele carrinho de controle remoto do Ben 10!" E a gente o que faz? Cede!
Atendemos todas as vontades do menino, é impressionante o poder que ele tem sobre nós, talvez seja por ser o único neto, o único sobrinho, o único filho. Acontece que nessa história de atender às vontades das crianças acabamos por estragá-las. É isso o que vem acontecendo com o meu sobrinho, tem apenas sete anos e é tão respondão, tão malcriado, tão mal educado, que chega é triste.
Deveria ser ao contrário, por se ter tudo o que se deseja as crianças poderiam ser mais educadas, mas não posso culpá-las por isso e sim os pais que estão cada vez mais ausentes e sem tempo acabam por satisfazer todos os desejos dos pequenos para aliviar um pouco suas culpas.
Eu sempre quis ter um sobrinho, quando soube da gravidez da minha irmã, fiquei mais feliz do que a própria, conversava com o bebê enquanto este ainda estava na barriga e quando nasceu era um grude só!
Sempre tratei meu sobrinho muito bem, sou uma tia coruja, sou eu assumo, dou tudo o que ele quer, desde que esteja ao meu alcance, minha irmã mora longe, quase não tenho contato com eles, quando ela vem pra cá é uma festa danada, uma saudade só, mas de uns tempos pra cá, fico triste toda vez que encontro meu sobrinho, vejo o quanto minha irmã tem errado em sua educação, o quanto ele está malcriado, respondão, o quanto ele diz coisas feias, coisas que na idade dele eu nem sabia que existiam, toda vez que eu tento conversar, dizer o que penso a respeito, dizer o que poderia modificar, ouço sempre a mesma coisa "quem é você pra opinar alguma coisa pirralha, olha a sua idade, você não tem experiência de nada!" Diante de tudo isso tenho me calado, não deveria, mas acontece que eu não sou a mãe, não foi eu quem o carregou os 9 meses na barriga, então quem sou eu pra dizer como educar?
Só sei que é triste, vejo meu sobrinho crescendo assim, tenho a impressão de que ele se tornará um adulto amargo, tomara que eu esteja errada, mas se continuar assim boa pessoa ele não será.
Queria que ele pudesse aproveitar o quanto eu aproveitei, gozar das mesmas coisas, mexer na terra, correr com as outras crianças, crescer fora desta era tão globalizada que fazem as crianças escravas do computador, da TV, do vídeo-game, do celular etc.
Infelizmente, nem tudo é como a gente deseja.
Ouvindo "The Man who sold the world - Bowie"
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